PJ vermutet, dass das Messer von Odair Moniz am Tatort angebracht wurde, um die beiden Schüsse des PSP-Agenten zu rechtfertigen

>A investigação à morte de Odair Moniz ainda não está concluída, mas a PJ suspeita que tenha havido **manipulação de provas e adulteração do auto de notícia** que deu origem ao comunicado da PSP que justificava os tiros do agente da PSP com uma “tentativa de agressão com arma branca” por parte da vítima mortal.

>Há dois detalhes que não batem certo.

>No dia em que foi morto – 21 de outubro, por volta das cinco da manhã -, Odair Moniz trazia à cintura uma bolsa com fecho. **Lá dentro, estava uma faca**. Segundo uma fonte judicial, não há imagens que mostrem o cozinheiro a tirar a faca da bolsa, mas a arma seria encontrada no chão e é uma das provas do processo que está agora nas mãos do Ministério Publico.

>A PJ investiga a hipótese de que a arma tenha sido “plantada” no chão para justificar os dois tiros com que o agente da PSP atingiu a vítima e que vieram a causar-lhe a morte.

>Quando foi interrogado pela PJ, ainda no dia 21 de outubro, **o agente terá dito aos inspetores da PJ que julgou ter visto uma arma na mão de Odair** mas que, de facto, este não chegou a empunhar a faca, nem a tentar agredir os dois polícias com a arma. O que terá havido, segundo o PSP, foi um confronto físico desencadeado por Odair Moniz, que não obedeceu à ordem para parar o carro onde seguia e tentou resistir à detenção já depois de se ter despistado no Bairro da Cova da Moura.

>Também no dia 21 de outubro, a PSP fazia um comunicado em que referia a tentativa de agressão com arma branca. Já depois de se ter sabido que o agente admitiu no primeiro interrogatório que essa não era a verdade, uma fonte oficial da PSP explicava que o comunicado tinha sido feito com base no auto de notícia elaborado pelo agente e pelo colega.

>**Esta quarta-feira, a CNN noticiou que o relatório terá sido escrito por um superior dos dois polícias e só depois assinado pelos agentes envolvidos na situação.** Uma fonte judicial confirmou ao Expresso que de facto a PJ está a investigar esta suspeita.

>O agente, arguido pelo crime de homicídio simples, foi interrogado pela procuradora Patrícia Agostinho nesta quarta-feira, mas, ao contrário do que fez no dia da morte de Odair Moniz, ficou em silêncio. **Quando foi ouvido pela PJ, não tinha advogado e não havia um magistrado na sala.** Por isso, as declarações que fez não podem ser usadas como prova num eventual julgamento.

>De acordo com outra fonte, o silêncio do polícia deve-se ao facto de a defesa não ter tido acesso ao processo, que se encontra em segredo de Justiça.

>**Odiar tinha 43 anos e foi atingido com um tiro numa axila e outro no sub-abdómen**. Morreu cerca de uma hora depois no hospital de são Francisco Xavier. O agente está de baixa e será transferido no dia em que se apresentar ao serviço. O MP não lhe aplicou qualquer medida de coação para além do Termo de Identidade e Residência.

>A morte do morador do bairro do Zambujal provocou uma onda de tumultos nos bairros periféricos de Lisboa e tiveram o episódio mais grave num ataque ao um motorista de um transporte público que ficou com ferimentos graves de queimaduras. No total, por causa dos distúrbios, ficaram cinco suspeitos em prisão preventiva.

Esta história cheira cada vez pior, e as jogadas de encobrimento por parte da PSP só reforçam [a sensação que já tinha há 2 meses atrás](https://www.reddit.com/r/portugal/comments/1gaiqic/comment/lti8tpp/). Houve aqui um negócio que correu mal.

Se o senhor Odair nunca chegou a empunhar a faca … como é que o agente sabia que ela estaria dentro da bolsa? (Mostrou-lhe a bolsa aberta?)

E, se não sabia, porquê ter medo disso?

Se, por outro lado, pensou ter visto a faca na mão dele, mas afinal não estava, mas afinal, por coincidência, ele até tinha uma faca na bolsa… é um bocado estranho.

Já o tinha revistado, talvez?

(Mas não tinha acabado de sair do carro?)

E como é que a arma foi encontrada no chão? Estava aberta, a bolsa?

…

Depois o mudar do testemunho também não faz sentido.

Se fosse passado dias/meses, seria completamente normal. Passado horas? Já é um bocado mais estranho.

Esta história continua a melhorar, semana após semana.